Terapia do afeto

Ano passado iniciei as férias pela semana na casa de Mamãe, esse ano acabei as férias em Esmeralda. Quem não vai para o interior talvez nunca entenda o que significa o silêncio que higieniza o cérebro, as horas que não passam, os cheiros,as conversas próprias de quem se conhecem há muito tempo, as comidas, etc.
Nossa rotina era de dar inveja: acordávamos, tomávamos chimarrão sempre acompanhado com uma agradável conversa, íamos almoçar no restaurante (comida bem caseira) e na volta passávamos na Tia Salete que montava um buffet de sobremesas e para não desagradá-la precisava repetir e repetir para provar o quanto tudo estava bom, minha cintura ou ausência dela é a prova da gula. Uma soneca após o almoço, mais chimarrão, conversa, visitas e leitura.
Sempre temos conversa, ou melhor, Mamãe é uma fonte inesgotável de assuntos de todos os gêneros e para todos os gostos, quase desprendi de conversar, já faz algum tempo que sou mais ouvido, porque boca fechada não entra mosca, diz o ditado, ou por pouco tempo de jogar uma conversa fora ou estar numa fase mais intimista, com vontade de ler, observar a de vez em quando escrever.
Assistíamos novela interagindo de dar gosto só faltava a Vó Cacilda para dar mais pitocos sobre as tramas. No final da noite Dona Marli ia ver seus e-mails ou conversar no MSN com seus inúmeros contatos e eu ler meu livro de suspense. Iniciei esse ano com leituras bem diferentes das habituais e isso tem me feito muito bem, estou ampliando minhas preferências.
Fiquei só quatro dias nesse ritmo de fazer inveja a qualquer um que prime por qualidade de vida regada a amor de Mãe, só não estava perfeito porque a Giulia estava em SP a trabalho e a Giorgia comandando as obras em casa, fiquei preocupada pelas duas com suas respectivas responsabilidades, esse é o ônus da maternidade, nunca mais conseguimos ser somente filhos.
Espero que nas férias de julho consiga mais uns dias de terapia do afeto em Esmeralda.
Valeu!!