terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pierre Lévy - continuação

A comunidade virtual que vivemos hoje, cria conteúdo cultural, científico, literário e popular democratizado pela rede, mais ainda não de todo processado, num futuro próximo prescindimos de um sistma que processe a língua automaticamente, como se processam as imagens.
O professor precisa animar, incentivar os alunos a participarem ativamente da tecnologia e utilizarem as novas ferramentas de computação, novos ambientes de comunicação digital para aumentar a inteligência coletiva. Precisamos de uma metalinguagem, isto é, uma linguagem com interface entre humanos e computadores para que aumente a mente humana a partir dos computadores, preconiza Lévy.
Quando argumentado sobre o isolamento que o desenvolvimento técnico e científico acarreta, utilizou-se da Oração de São Francisco de Assis( mesmo sendo judeu budista), para semear o otimismo, isto é, o ciberespaço como uma ferramenta muito poderosa para o diálogo e troca de informações úteis.
Finaliza: " Habilidades coletivas só se desenvolvem em ambientes coletivos, e o melhor uso da inteligência coletiva deve ser para se viver bem."
Foi uma noite memorável, tanto que compartilho contigo, pois não conseguiria dormir.Até!!

Pierre Lévy

A Pré-Jornada de Literatura- 26 a 30 de outubro- trouxe a Passo Fundo o estudioso da vida digital e das mudanças que as novas tecnologias provocam nas relações humanas, Pierre Lévy, filósofo e doutor em Sociologia e em Ciências da Informação e Comunicação e atualmente professor de Universidade de Quebec, Canadá, para uma Conferência "Rumo a uma civilização de inteligência coletiva", no Centro de Eventos da UPF. Segue algumas das muitas ideias:
A humanidade usou da cultura oral e rituais coletivos para construir sua memória. A construção da escrita usada para registrar o passado e as leis, promoveu um aumento da memória. O invento do alfabeto fortaleceu poderosas civilizações como gregos e árabes e todas as grandes religiões tem seus escritos registrados. Com a invensão da prensa veio o desenvolvimento da ciência, a opinião pública baseada nos registros de jornais e a democracia. A cada passo da história da comunicação há avanços na humanidade e nós estamos testemunhando o início das transformações com a web desde 1990.
A inteligência coletiva é estudada a mais de 50 anos, porém é mais poderosa na espécie humana porque temos a linguagem, as instituições, a tecnologia e a evolução cultural que é uma evolução da inteligência coletiva.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Enquanto a noite não chega

Esse livro de José Guimarães foi lido na minha adolescência, foi marcante. Um casal idoso que se recusa a abandonar a cidade fantasma onde vivem... O seu ritual de secar a erva mate..E um coveiro que só vai embora da cidade depois de enterrar o último habitante.
Isso veio em minha mente, em analogia enquanto a morte não chega...
Essa foi uma semana atípica, a eminência de uma partida anunciada despertou em mim lembranças da infância, de carinho, aconchego, segurança, tudo tão importante na construção da minha identidade.
Enquanto à morte não chega... Mas quando é mesmo que morremos? Quando os órgãos vitais param, ou quando deixamos de ter autonomia sobre nossas vidas?
A morte bateu a porta, como a nona sinfonia de Beethoven e nós nunca estamos prontos para aceitá-la.
Treinar o desapego, portarmos como meros passageiros aprendentes desse mundo é realmente um desafio a ser vencido.

domingo, 20 de setembro de 2009

Coral Dom Bosco do Uruguai no IMD

Hoje, ás 10h, na Celebração Eucarística na capela do IMD, aconteceu um momento único e emocionante a apresenteção do Coral Dom Bosco do Uruguai, mais uma das atividades comemorativas dos 50 anos da Escola. Na oportunidade houve também uma ação de graças pelo Coral Madrigal de Passo Fundo que completa 15 anos.
A diretora do IMD utilizou-se com propriedade de uma passagem do diário de bordo do navegador Amir Klink ...existem acontecimentos únicos que não se repetem... para registrar a presença do Coral Uruguaio em nossa Escola.
O evangelho de hoje nos ensina " Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de todos, a Sabedoria de Deus afirma que são grandes, os que se tornam pequenos, servidores, crianças...".
Tudo muito oportuno, pois viver com significado é agregar ao cotidiano o espiritual, a arte e o conviver.

domingo, 13 de setembro de 2009

Em setembro

"Eu caçador de mim"... diz a música, pescador de homens é o nazareno e o hino riograndense "mas não basta para ser livre, ser forte, aguerrido e bravo. Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo."
Somos seres em busca de sonhos, objetivos para nos levar a tão clamada felicidade. Seria esta conseguida pelo ter, pelo prazer, pelo poder, pelo dinheiro ou pelo ser?
Lutamos para ter bens materiais, gastamos a saúde para mantê-los, para que mesmo? Isso é ser feliz?
O ego sobrevive de conquistas, reconhecimentos, aplausos e títulos. Vivemos em um mundo consumista, das aparências e das relações fugazes. Aonde chegaremos?
Setembro, mês da Bíblia, o livro sagrado, sempre atual e tão pouco lido e, menos ainda, colocado em prática suas orientações. Fui desafiada a ler trechos diários da Bíblia recomendados pelo folheto da missa dominical e qual foi a minha surpresa ao me sentir mais fortalecida para encarar a selva de todos os dias e sobreviver. Conviver com diferentes e com as diferenças já é muito difícil, mas conviver com as nossas diferenças, entre como deveríamos ser, sentir e agir e de como realmente somos, sentimos e agimos é o grande paradoxo.
Jesus ensinou o amor, o respeito, a justiça, a fraternidade e a humildade. Mostrar nossa fé através de ações e nos portarmos como filhos do mesmo Deus e irmãos uns dos outros. Não tem nenhuma contra indicação em seus ensinamentos e mesmo assim falar das coisas de Deus tornou-se motivo de chacota desde os meios intelectuais até as conversas diárias.
A música, o hino e a Bíblia nos conclamam a sermos pessoas que na nossa luta diária não sirva viver sem razão.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

7 de setembro

Estou nostálgica...lembro da minha infância e pré-adolêscencia, em uma pequena cidade do interior gaúcho, Esmeralda. Onde os preparativos para o grande desfile de 7 de setembro eram intensos.
Estávamos na década de 70, em plena Ditadura Militar, mais precisamente na época do "milagre brasileiro". No final de agosto, nos finais de tarde, toda a escola se reunia para ensaiar com a banda. Muitos pelotões, paqueras e amores platônicos. Fazer parte da banda consistia em status, ser baliza, então, o máximo. Toquei surdo e caixa, tarol (meu grande sonho) só tocava os mais velhos e ser baliza precisava da habilidades que eu não possuia (primeiros contatos com minhas limitações).
Cantávamos o hino nacional no hasteamento e arriamento da bandeira bem como realizavámos apresentações artísticas esperadas com ansiedade. Cuidar do fogo simbólico na frente da igreja era uma honra.
Mas, ser a filha da regente da banda era um orgulho só. Minha Mãe também era professora de EMOCI e OSPB, disciplinas que ensinavam moral, ética, valores, civismo, cantar e saber o significado dos hinos, isto é, nos ensinava a ser cidadãos. Foi um grande equívoco a retirada dessas disciplinas do currículo escolar, justificado no argumento que respaldavam a Ditadura Militar, pois ficou um vazio que não foi preenchido por nenhuma outra disciplina. Será que é por isso que existe hoje tanta corrupção, falta de ética e passividade do nosso povo?
Foi a literatura, que desde cedo, me levou a todos os lugares do mundo, talvez por isso encontrei a Geografia, que juntas me fizeram conhecer e respeitar as culturas e principalmente amar a minha Pátria, Mãe Gentil, BRASIL.
Já dizia o nosso grande poeta Mário Quintana "fales de tua aldeia e serás universal".

sábado, 5 de setembro de 2009

Divã

Quando li o livro em 2002 vivia em uma outra fase da vida... mas sexta-feira a noite, depois de trabalhar a semana inteira, tudo o que eu merecia era assistir ao filme Divã, protagonizado brilhantemente por Lília Cabral.
Foram muitas gargalhadas. Recomendo a todas as mulheres da minha faixa etária porque a personagem vive o momento que estamos vivendo e agora é mais fácil entender do que a sete anos atrás quando o livro foi publicado.
" Ao se deitar no divã, Mercedes se dá conta de suas armadilhas cotidianas. Quantas vezes deixou de fazer coisas por causa dos filhos? Quantas vezes duvidou da fidelidade do seu marido? Ao entrar nesse jogo catártico, Mercedes nos confidencia que a liberdade é atraente quando existe como promessa, mas pode nos enlouquecer quando se cumpre."( extraído do livro).
O filme consegue ser divertido e ao mesmo tempo reflexivo, mas foi a relação da amizade e cumplicidade feminina que mais me emocionou sem falar da relação cordial e afetuosa com o ex-marido que veio ao encontro do que penso que deveria ser a relação de pessoas que possuem filhos em comum e que algum dia já comungaram dos mesmos objetivos e viveram sob o mesmo teto. Viva a civilidade e a elegância nas relações.