segunda-feira, 7 de setembro de 2009

7 de setembro

Estou nostálgica...lembro da minha infância e pré-adolêscencia, em uma pequena cidade do interior gaúcho, Esmeralda. Onde os preparativos para o grande desfile de 7 de setembro eram intensos.
Estávamos na década de 70, em plena Ditadura Militar, mais precisamente na época do "milagre brasileiro". No final de agosto, nos finais de tarde, toda a escola se reunia para ensaiar com a banda. Muitos pelotões, paqueras e amores platônicos. Fazer parte da banda consistia em status, ser baliza, então, o máximo. Toquei surdo e caixa, tarol (meu grande sonho) só tocava os mais velhos e ser baliza precisava da habilidades que eu não possuia (primeiros contatos com minhas limitações).
Cantávamos o hino nacional no hasteamento e arriamento da bandeira bem como realizavámos apresentações artísticas esperadas com ansiedade. Cuidar do fogo simbólico na frente da igreja era uma honra.
Mas, ser a filha da regente da banda era um orgulho só. Minha Mãe também era professora de EMOCI e OSPB, disciplinas que ensinavam moral, ética, valores, civismo, cantar e saber o significado dos hinos, isto é, nos ensinava a ser cidadãos. Foi um grande equívoco a retirada dessas disciplinas do currículo escolar, justificado no argumento que respaldavam a Ditadura Militar, pois ficou um vazio que não foi preenchido por nenhuma outra disciplina. Será que é por isso que existe hoje tanta corrupção, falta de ética e passividade do nosso povo?
Foi a literatura, que desde cedo, me levou a todos os lugares do mundo, talvez por isso encontrei a Geografia, que juntas me fizeram conhecer e respeitar as culturas e principalmente amar a minha Pátria, Mãe Gentil, BRASIL.
Já dizia o nosso grande poeta Mário Quintana "fales de tua aldeia e serás universal".

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