quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Viagem de Estudos

Ontem, 27/10/10, às 2 horas, os alunos dos segundos anos do Integrado UPF, juntamente com o professor de Biologia e eu de Geografia realizaram uma viagem de estudos na região de Cambará do Sul, onde se localiza canyons, como o Fortaleza, os Parques Estadual do Tainhas e o Nacional dos Aparados da Serra.
Há cerca de 120 milhões de anos, na era Mezosoica, a bacia sedimentar do Paraná passou por um intenso vulcanismo, houve vários derrames de lava e ao se consolidar formou rochas basálticas no norte do estado e na maior parte do Planalto Meridional do Brasil.
No processo orogenético da formação da Cordilheira dos Andes, na era Cenozoica, a Bacia do Paraná foi soerguida, sofrendo em conseqüência inúmeras fissuras e grandes falhas em suas bordas. Sobre as juntas muitos rios se encaixaram e, graças à erosão deram origens a gargantas e vales profundos.
O bioma da região pertence à Mata Atlântica e na visita ao Parque Nacional dos Aparados da Serra e ao Parque Estadual Tainhas foi possível observar aspectos geográficos e biológicos, oportunizando aos alunos uma visão interdisciplinar e contextualizada da região.
Chegamos a Cambará do Sul por volta das 8 horas, tomamos café num lugar com arquitetura rústica, típica da região e em seguida visitamos o canyon Fortaleza, onde até foi possível visualizar as dunas de Torres no litoral, lagoas e áreas inundadas, pela altitude do lugar e tempo limpo, foi uma boa caminhada. Na volta foi à vez da Pedra do Segredo, mais caminhada e um rio raso para atravessar. O almoço campeiro, não deixou a desejar, após só queríamos uma hora de soneca para descansar, o que não foi possível.
Às 14 horas, fomos em direção ao Parque Estadual do Tainhas, por um caminho mais longo e de uma paisagem deslumbrante. Entre todas as memórias, a travessia do rio Tainhas (quatro vezes), a pé, será inesquecível até porque nunca havia ficado tanto tempo com tênis e calça molhada como ontem, foi uma aventura recompensada pela visão da cachoeira, com uma grande queda, que foi possível ser vista de cima e de baixo.
Fomos recebidos e acompanhados pelos funcionários da Secretaria do Meio Ambiente do RS, ouvimos muitas explicações do gestor e da Prô Milene ( ex prô do Integrado e hoje funcionária do Parque), lanchamos e retornamos para Passo Fundo à 1 hora de hoje.
Observar os alunos, suas reações e ações, ouvir conversas e conversar com eles é a parte inestimável da atividade de viagem de estudos. Só tenho elogios e agradecimentos a todos, são inteligentes, maduros, responsáveis e companheiros de aventuras.
Quanto a mim, acho que deixei a desejar, pois tive que me “ comportar” como uma das responsáveis por eles e não me “loquiar”, adoro essas atividades e às vezes tenho ações pouco seguras, tive que me controlar. Também passei muito frio na ida e dormi muito pouco, o que é um veneno para a minha disposição normal. Mas realizei todas as atividades...
Acredito que essa viagem ficará para sempre na memória emocional de todos e o objetivo da Geografia atingido:

“O ensino da Geografia no século XXI, portanto, deve ensinar - ou melhor, deixar o aluno descobrir - o mundo em que vivemos, com especial atenção para a globalização e as escalas local e nacional, devem enfocar criticamente a questão ambiental e as relações sociedade natureza, deve realizar constantemente estudos do meio e deve levar os educandos a interpretar fatos, mapas e paisagens". VESENTINI,1995.

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