domingo, 26 de setembro de 2010

Estão todos bem

Este filme, protagonizado por Robert de Niro, possibilita uma incursão ao universo familiar de uma forma muito singular. A pergunta que fica é qual a cobrança que se deve fazer aos filhos, ou ainda, a tênue linha entre exigência e semear sonhos e depois aceitar as escolhas dos filhos, que talvez seja diferente do que foi sonhado pelos pais.
A história mexeu comigo, porque sou exigente com minhas filhas e trabalho muito para que tenham um futuro bom. Mas e se essa cobrança servir para paralisar e não para impulsionar? As dúvidas são muitas, como indivíduos únicos, não existem receitas, aí reside o maior desafio e angústia para nós pais.
O que é mais definitivo na construção humana, a genética? O ambiente? O exemplo? As experiências? Às vezes possuo todas essas respostas, às vezes espero o futuro me responder e com fé acredito estar no caminho certo.
Cresci e me construí num ambiente de professores, logo, eu queria ser uma. Hoje, analiso e vejo que deveria ter construído mais, feito mestrado e doutorado, trabalhar menos e possuir uma remuneração digna. Talvez seja por isso que sou tão exigente, planto em minhas filhas o buscar mais para que no futuro não se arrependam por terem menos do que poderiam e mereciam. De quem é a culpa? Somente minha e do meu livre arbítrio que através dos modelos escolhidos e do contexto social e econômico da época julgou ser suficiente ser aprovada em dois concursos estaduais (primeiro e segundo lugar), um concurso municipal que não assumi, aprovação numa especialização na UFRGS que optei por realizar na UPF ( filhas pequenas na época), escolas particulares desde sempre e muito trabalho a dezessete anos.
Voltando ao filme, Robert de Niro, viúvo, resolve visitar os filhos que moram espalhados pelos EUA, de surpresa, após todos os quatro terem desmarcado um encontro familiar. Surpreso fica ele ao constatar o quanto tinha sido poupado por sua esposa da história de vida de seus filhos, justamente por ser muito exigente. Ele tinha muito orgulho da história que construiu sobre os filhos, mas...
Assista, se emocione, se irrite com o simplório Pai e reflita como pais e ou como filho o lugar e a importância de cada um nessa construção tão ímpar que é uma família.

2 comentários:

Vanesca Z. D. Helbling disse...

Li teu post e fiquei curiosa com o filme. Sou o que sou hoje certamente pelo nível de exig~encia colocado pelo meu pai desde sempre comigo... já falamos disso! Mas todos os dia me pergunto se devo fazer o mesmo com os meus. Não adianta, ser mãe é viver repleta de questionamentos. Peço sempre que minha intuição esteja certa, pois é ela que eu sigo na hora de decidir por onde ir na educação deles.
Tenho a mais absoluta certeza que é infinitamente melhor ser "mais" do que "menos"... e que só podemos mostrar o caminho, como nos foi mostrado... e torcer para que as escolhas sejam certas!
Beijo e boa semana.

Vanesca Z. D. Helbling disse...

Assisti o filme e amei.
Chorei.
Ri.
Lembrei.
E ficou apenas uma mensagem que ele disse ao filho no seu sonho: "Não importa o que vc faça, só quero que seja feliz".
Beijo!!!