No dia 12/11, aproximadamente às 22h e 45minutos, no cruzamento das ruas Marcelino Ramos e Morom, fui “abatida” por uma imensa e linda camionete preta, que não parou, onde a preferencial era minha. Nessa noite, por incrível que pareça, não estava no “piloto automático” (às vezes estou tão cansada que quando vejo, cheguei em casa) inclusive parei, observei, vi a camionete vindo e pensei que ela iria parar, pois estava na preferencial. No momento da colisão, além do susto, veio o pensamento que teria sido de propósito... desci do carro, conversei com o outro condutor que se mostrou muito chateado pela situação que provocou, em mais ou menos 40 minutos resolvemos a situação, diga-se de passagem, com uma civilidade e controle emocional de ambas as partes que até hoje agradeço a Deus.
Episódio, esse, comum na vida das pessoas de uma cidade do porte de Passo Fundo. Mas na minha vida teve um impacto relevante, explico: possuímos somente um carro (comprado zero quilômetro em janeiro desse ano) este utilizado por mim, nos quarenta quilômetros diários e nos aproximadamente mil quilômetros mensais num cotidiano de sessenta horas semanais de trabalho em três escolas diferentes. Sei, e trabalho com pessoas que não possuem transporte próprio e possuem a mesma jornada que a minha, mas dirijo desde os 18 anos e nunca precisei me deslocar por médio ou longo tempo de transporte coletivo e ou a pé, então para mim essa situação é no mínimo perturbadora.
Já faz quatro semanas, do acontecido, onde andei com o carro batido uma semana e meia, com o carro do seguro outra semana e agora de coletivo até o meu carro ficar pronto. Senti na pele a globalização da economia, pois uma parte demorou uma semana para vir de São Paulo, outra parte, mais uma semana para vir da Bahia, e a pintura depende das condições climáticas, por incrível que pareça.
Paciência... Mas afinal o que estou aprendendo com tudo isto? Primeiro como é confortável se deslocar a hora que quiser; segundo como devemos ser gestores do imprevisível e nos adaptarmos as demandas da vida e terceiro como é interessante sairmos de uma posição confortável e nos colocarmos na situação da maioria esmagadora das pessoas que precisam utilizar transporte público.
Estou feliz comigo, no começo achei tudo muito difícil (é normal diante do novo), agora estou achando divertido e interessante descobrir que me adapto a tudo.
Acredito que precisarei refletir mais sobre o impacto desse acontecimento, mas estou desenvolvendo um olhar mais político para o cotidiano e crítico para os meus conceitos e necessidades.
O francês François de La Rochefoucauld(1613-1680)tem uma máxima bastante ácida a respeito da nossa capacidade de empatia com o sofrimento alheio:
“Todos temos a força suficiente para suportar a dor dos outros.” (não que eu esteja sofrendo, ahahaha).
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