domingo, 27 de junho de 2010

Múltipla Escolha

Leitura é uma companhia... muito se sabe das pessoas sobre seu gênero musical, jeito de vestir, filmes que assiste, assuntos do interesse e também das leituras que se faz. Somos um livro aberto basta sensibilidade e interesse para lê-lo.
Lya Luft é uma das escritoras que fazem parte das minhas preferências pela sensibilidade poética, pelo engajamento em causas que nos tornam mais humano e até pela forma cética em que aborda alguns assuntos. Leio a sua crônica na revista Veja quinzenalmente e sempre me encanto quando não uso em aula para possibilitar a reflexão aos meus alunos, geralmente sobre temas da atualidade.
Acompanho há alguns anos a sua trajetória de escritora através também dos seus livros, e acredito que pelo fato de ter começado a escrever após os 40 anos agregou leitura de mundo a maturidade que é uma combinação perfeita.
Nesse último livro, Múltipla Escolha, aborda alguns “mitos da nossa cultura, que, embora criados por nós, dificultam, essa tarefa existencial. Fala também de audácia e fervor, e de alegria quando escapamos dessas armadilhas e nos construímos do jeito que dá” e finalizando “ quando alguém resolve não pagar mais o altíssimo tributo da acomodação, mas construir e viver a sua história, está pela primeira vez para si mesmo dizendo sim”.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Invictus

A África do Sul está sediando um dos acontecimentos esportivos mais importantes, a Copa do Mundo de Futebol, mas não é futebol que irei abordar, mas sim um conceito que surgiu na década de 40, apartheid, com base na idéia de que deveria haver um “desenvolvimento separado” de brancos e negros na República da África do Sul. Na prática, isso significou um racismo que, por ser institucionalizado e oficializado por leis até 1991, não encontrava paralelo no restante do mundo.
Em 1990, após 28 anos de prisão, Nelson Mandela líder do Congresso Nacional Africano e pertencente ao grupo que se opunha à política de segregação racial, imposto pela minoria branca, foi eleito em 1994 presidente do país.
O filme Invictus, que também concorreu ao Oscar, narra um episódio do governo de Mandela que para criar um sentimento de nação em um país dividido socialmente, vê uma chance no Campeonato de Rugby, esporte popular só entre brancos, unir boa parte da população em torno da torcida pelo time, superando barreiras raciais.
O contexto Copa do Mundo trouxe a tona esse período nefasto da história da África do Sul e o lançamento do filme esta semana nas locadoras torna possível fazer uma leitura de conjuntura e concluir que cada vez mais devemos caminhar na construção de uma sociedade plural e democrática, reforçando leis como a do racismo e apoiando políticas de inclusão social que aos poucos se tem tentado implementar no Brasil.
Fica o pensamento do final do filme que teria motivado Mandela na prisão a não desistir de lutar pelo fim do apartheid : “ Eu sou o mestre do meu destino e o capitão de minha alma”

sábado, 12 de junho de 2010

Namorar

Namorar é muito bom... depois de vinte e três anos de casada posso fazer essa afirmação. Conversar muito sobre os mais variados assuntos e sempre ter o que conversar, planejar o futuro, refletir sobre o passado, assistir filmes, partilhar leituras e pontos de vistas, viajar, mas principalmente gostar de se estar junto, isso é namorar.
São pequenos e grandes carinhos como receber um lindo buquê de flores depois de trabalhar até as 20h30min de uma noite de sexta-feira, em uma festa junina, no término de uma semana de trabalho.
Para celebrar dia tão importante, um baile no clube com amigos, música e uma comida saborosa.
Namorar então é a escolha diária de tornar a vida a dois repleta de significado, uma vida partilhada com um amor construído e reafirmado todos os dias.

domingo, 6 de junho de 2010

Persépolis

Indicado ao Oscar de 2008 de melhor filme de animação. Ganhador de muitos prêmios internacionais, Persépolis é a comovente história de Marjane, uma jovem que cresceu no Irã durante a Revolução Islâmica. É através dos olhos precoces e sinceros de uma menina de nove anos que vemos as esperanças de um povo golpeado pela tomada do poder pelos fundamentalistas - obrigando o uso do véu pelas mulheres e encarcerando milhares de opositores.
Marjane cresce e dá a volta por cima. Quando jovem vai à França onde entra para a escola de arte e se casa, sem esquecer o que está acontecendo na sua terra natal.
Nas últimas semanas o Irã e seu programa nuclear vêm ocupando a mídia e a participação do presidente Lula nas negociações deu maior visibilidade ao Irã e seu controverso presidente.
Indico o filme pela possibilidade de entender a história de uma nação que preocupa a comunidade internacional pela sua política fundamentalista e por ser anti EUA.
O feriadão está acabando, o mês de junho todo planejado e organizado e a minha satisfação de dever cumprido mas principalmente de capacidade de trabalho.
O segredo é fazer o que se gosta e ter muita disciplina.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Rio Gelado

Filme indicado pela temática imigração ilegal, já surpreende pela entrada nos EUA não pelo México, mas sim pelo Canadá.Recebeu a indicação para o Oscar de 2009, produzido com baixo orçamento, mas com todas as características de um grande filme.
Ray é uma mulher abandonada com os filhos pelo marido. Ele foge por causa de dívidas de jogo, levando o dinheiro economizado para pagar a prestação da casa. Sem condições de sustentar os filhos nem de pagar as dívidas, Ray passa a ganhar a vida atravessando imigrantes clandestinos para os EUA pela fronteira do Canadá, sobre um rio congelado, com a ajuda de uma índia.
A fotografia nostálgica da neve é abrandada pelo calor das relações afetivas da mãe com os filhos, como pode-se plantar sonho e esperança diante de situação tão difícil? Só uma Mãe pode. A amizade nasce junto à necessidade de sobrevivência e a força de caráter demonstrada no final, foi uma grande lição.
Teve momentos que pensei em parar de assistir pela veridicidade das cenas que me deixaram angustiada, mas indico este filme pela atualidade do assunto, sensibilidade do roteiro e brilhante atuação de Ray.